Motörhead em 1983: Longe dos Dias Perfeitos
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Imagem: Reprodução |
Como trio ou quarteto, o Motörhead manteve-se alinhado ao seu estilo durante boa parte dos 40 anos em que esteve na ativa (1975-2015). Porém, há registros peculiares nessa caminhada. Um deles chama-se Another Perfect Day. Lançado em 1983, o álbum apresentou uma sonoridade menos calibrada e com menos punch, embora haja peso e a inconfundível voz rasgada de Lemmy Kilmister demarcando o terreno.
A principal razão para um resultado assim é a presença de Brian Robertson. O ex-Thin Lizzy surgiu na biografia da banda para concluir os compromissos após o EP Stand by Your Man, projeto em parceria com o Plasmatics que desagradou "Fast" Eddie Clarke. Este, alegando que a empreitada feria os princípios do trio, pediu as contas. Sepultava-se, então, a era clássica do trio, em maio de 1982.
De estepe para o posto de guitarrista, Robertson fora incorporado à
trupe, assinando um contrato para gravar um álbum com o Motörhead.
Nascia dali Another Perfect Day, o símbolo do perrengue para
Kilmister. O baixista e vocalista jamais escondeu sua insatisfação com
aquele período. O preciosismo excessivo em estúdio dedicado às partes de
guitarra e o visual contrastante adotado por Robertson são alguns dos
aspectos que minaram a continuidade daquela formação.
"É um bom álbum, mas eu não conseguia trabalhar com o Brian. Era impossível!", disse-me Lemmy em uma entrevista para a revista Bass Player (publicada em 2013). "Ele não queria tocar os clássicos – Ace of Spades, Overkill, Motörhead... Enfim, não queria tocar nenhuma das grandes canções, o que era bem estúpido. Essa foi uma das razões [para ele ter saído]. A outra foi que ele costumava se vestir que nem um palhaço o tempo inteiro. Então, tivemos que deixá-lo ir embora. A coisa não estava legal. E ele vivia bêbado, o que é bem complicado. Tipo, você pode beber umas, mas não dá para ficar bêbado, entende?"
O baixista ainda completou: "No Thin Lizzy, havia canções curtas e ele era bem conciso. Eu achava que iria ser daquele jeito que era no Lizzy quando se juntou a nós, mas não foi. Virou uma pessoa diferente". A temporada de Robertson no Motörhead terminou em novembro de 1983.
Shine e I Got Mine foram os dois singles que promoveram o trabalho nas rádios. Porém, o material guarda outros bons momentos, como na faixa-título ou Die You Bastard e Dancing on Your Grave (curiosamente, a música que inspirou Max e Iggor Cavalera a batizar o Sepultura como tal, em 1984).
"É um bom álbum, mas eu não conseguia trabalhar com o Brian. Era impossível!", disse-me Lemmy em uma entrevista para a revista Bass Player (publicada em 2013). "Ele não queria tocar os clássicos – Ace of Spades, Overkill, Motörhead... Enfim, não queria tocar nenhuma das grandes canções, o que era bem estúpido. Essa foi uma das razões [para ele ter saído]. A outra foi que ele costumava se vestir que nem um palhaço o tempo inteiro. Então, tivemos que deixá-lo ir embora. A coisa não estava legal. E ele vivia bêbado, o que é bem complicado. Tipo, você pode beber umas, mas não dá para ficar bêbado, entende?"
O baixista ainda completou: "No Thin Lizzy, havia canções curtas e ele era bem conciso. Eu achava que iria ser daquele jeito que era no Lizzy quando se juntou a nós, mas não foi. Virou uma pessoa diferente". A temporada de Robertson no Motörhead terminou em novembro de 1983.
Shine e I Got Mine foram os dois singles que promoveram o trabalho nas rádios. Porém, o material guarda outros bons momentos, como na faixa-título ou Die You Bastard e Dancing on Your Grave (curiosamente, a música que inspirou Max e Iggor Cavalera a batizar o Sepultura como tal, em 1984).
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