Splippleman: rock brasileiro tipo exportação
Os discos do Splippleman foram gravados
em berços sagrados do rock mundial – Welcome to the Magic Room (2014), em
Abbey Road (Beatles), e o novo, Splippleman at Sunset Sound - Lost, Now
Found, no Sunset Sound Recorders (Rolling Stones, Guns N’ Roses, Led
Zeppelin). O quinteto curitibano tem Lincoln Fabrício (vocal), Fábio Serpe
(guitarra), Ricardo Bastos (baixo), Emanuel Moon (bateria) e Sérgio Justen
(piano) e está junto desde 2012. Serpe nos falou da expressão que eles vêm
ganhando.
Começar
com discos gravados em santuários do rock mundial não é nada mau, hein?
Nada mau [risos]! Claro que o fato de gravar nos estúdios onde vários de
nossos discos favoritos foram feitos gera empolgação e concentração sem
precedentes. Foi ótimo, também, ter contato com a organização, a exigência e o profissionalismo
incríveis de ambos os estúdios. Certamente tudo isso nos fez evoluir bastante como
banda e músicos. Acho que é perceptível nosso amadurecimento entre os dois
álbuns.
Como
foram parar no Sunset Sound?
Fomos convidados a tocar no Whisky a Go Go
[famosa casa de shows na Califórnia/EUA],
devido à boa aceitação do Welcome to the Magic Room. Como já
iríamos a Los Angeles e estávamos com vontade de fazer uma boa dívida [risos], agendamos três dias no Sunset
Sound.
Faixas
como Lost, Now Found e C’mon, C’mon nos dão uma ideia de sua competência
radiofônica. O que torna uma canção boa?
É uma pergunta complexa... Olha, se
tivéssemos a fórmula do sucesso, estaríamos ricos [risos]! Temos bastante preocupação para com todos os aspectos da
composição. Sempre tentamos escrever melodias, letras e arranjos memoráveis e
que provoquem algo no ouvinte.
Super Bowie (I Make You Make) é uma homenagem marcada por uma coincidência um
tanto triste, não?
Essa é uma das composições do Lincoln.
Ele estava ouvindo muito The Next Day, álbum de 2013 do David
Bowie, e todos nós aguardávamos o lançamento do Blackstar. A canção foi
escrita em junho de 2015, como uma homenagem a uma de nossas maiores inspirações.
Gravamos no dia do aniversário do Bowie [10/01],
em 2016. Quando voltávamos ao Brasil, descobrimos no aeroporto que o camaleão
já não estava entre nós (o Lincoln estava com uma camiseta do Bowie, inclusive).
Pergunta
sinuca-de-bico: qual canção ilustra melhor o espírito do novo disco?
Talvez Lost, Now Found, que tem um riff marcante e dançante (ou pulante?),
traz mudança de climas com a mistura de rock clássico e rock moderno, é
empolgante e tem letra carregada por diversas imagens. E é a que batiza o
álbum!
Compor
e arranjar são processos pacíficos na banda ou rolam uns pegas de vez em
quando?
Nunca tivemos pegas. O processo é bem
tranquilo. Um dos compositores leva a música ao ensaio e ela vai sendo
lapidada, quase sempre rapidamente.
O
rock de vocês dialoga mais com que vertente?
Não pensamos muito nisso. Nosso
background vem das bandas consagradas, mas não queremos ficar presos a alguma
sonoridade de 40 ou 50 anos atrás, por exemplo.
Qual
é o maior perrengue que encontram no Brasil para o som que fazem?
A língua é um obstáculo. O mercado
instável e não voltado ao rock é outro.
E
o que os faz enfrentar esse perrengue?
Amor pela música e a certeza de que a
química da banda funciona... e muito!
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