SHOWS A QUE NÃO FUI

Ei, Ozzy! Olha o morceguinho!! (foto: Henrique Inglez de Souza)

Alguns shows são memoráveis, não é mesmo? E incluo nisso os que não fomos, mas queríamos ter ido (ou assistido até o fim). A minha lista dessa, digamos, categoria tem uns poucos e bons, tão bons que me pergunto até hoje por que não fui. Se tiver que olhar de trás pra frente, eu escolheria de cara os do Ozzy Osbourne (2011) e AC/DC (2009). Não foram lá graaandes frustrações, mas me deixaram na vontade.

No caso do AC/DC, eu já os tinha visto em ação em 1996, na turnê do 'Ballbreaker'. Mesmo assim, é sempre tentador vê-los ao vivo – até porque, ao Brasil, eles vêm uma vez por década (1985, 1996 e 2009). Se levarmos em conta que já estão velhos e bem "rodados", nada garante que voltem nesta década que está começando. No caso do Ozzy, bem, não foi exatamente uma apresentação que eu tenha deixado de ver. Assisti a, mais ou menos, 7 minutos e depois fui educadamente expulso do local (Arena Anhembi).

Aconteceu assim: estava credenciado para fazer a cobertura pela Guitar Player. Iria escrever a resenha e tirar fotos. Primeiro, seriam as fotos (praxe da cobertura jornalística de shows). Lá fui eu junto com os demais fotógrafos credenciados. Após as duas músicas iniciais, os seguranças nos tiraram do espaço reservado aos cliques (entre o palco e o público). Até aí, ok (apesar de o comum ser depois de três e não duas músicas)! Quando estava indo à pista, porém, fui convidado a me retirar, já que os fotógrafos não poderíam permanecer no local. A orientação era a de que teríamos que sair do local, guardar o equipamento e, aí sim, voltar. Absurdo, já que boa parte de nós não tinha onde guardar câmeras e tudo mais. Portanto, não pudemos voltar.

Foi uma porcaria a "organização" daquele show. Era para, no mínimo, haver armários tipo guarda-volumes na sala reservada à imprensa - uma sofisticação distante demais da realidade daquela produção. Mas eu não fiquei tão frustrado pelo show. Fiquei puto da vida por não poder fazer o meu trabalho. Fazer o quê? Mas, beleza! Já vi dois shows do Ozzy (1995 e 2008), além de tê-lo fotografado no dia anterior, durante a coletiva de imprensa (essa foto que ilustra o post foi uma das que tirei lá). No final das contas, pra não ficar tão no prejú, posso dizer que também já "ouvi" o Ozzy ao vivo (boa essa, hein? Como desencargo metal, serviu).

Agora, shows que não fui e que queria ter ido são o do Guns N' Roses (1992 - e acabei tendo que me contentar com o "cover" que veio em 2010 capitaneado pelo chiliquento do Axl Rose. A banda está mais para Axl N' Roses do que qualquer outra coisa), os do Ramones (1994 e 1996) e o do Nirvana (1993). Cheguei a cogitar de ir na época, mas acabei desencanando porque, na verdade, não eram bandas que eu ligava tanto. Eu estava numa fase muito heavy metal. Lembro de pensar: "Ah, vou depois, quando eles voltarem outra hora". No caso do Nirvana, me ferrei logo, pois o Kurt Cobain apareceu com os miolos estourados pouco mais de um ano depois da passagem deles pelo Brasil. Já o Ramones até tive outra chance, mas eles vieram em uma época que não teve como ir. Estava enrolado. Situações desencontradas, sabe?

Cheguei a promoter a mim mesmo que não deixaria mais de ir a nenhum show. Contudo, anos mais tarde, a maturidade me trouxe à tona as sábias palavras que só os avôs têm para nos dizer: "Meu filho, não prometa aquilo que não pode cumprir" – dizia meu velho avô. Embora não tenha dado ouvidos a isso na época em que ele me dizia, hoje vejo que estava coberto de razão. É simplesmente impossível cumprir tal promessa que fiz a mim mesmo. Não só pela quantidade de shows no país (que tem aumentado cada vez mais), mas principalmente pelos abusivos valores que cobram pelos ingressos. Então, é isso!

E você, quais são os shows que não conseguiu ir e ficou amargando a vontade?