A FOTO POR TRÁS DA FOTO

Foto: Henrique Inglez de Souza
 
O esquema foi mais ou menos assim: num sábado paulistano de junho de 2012, chegamos cedo ao estúdio onde aconteceriam as fotos. Não havia ninguém, além do fotógrafo e o proprietário. Era um ambiente amplo, mas nada muito gigantesco próximo ao aeroporto de Congonhas. Depois de todos terem aparecido, com mulheres, guitarras e tal, quem estava nos bastidores acabou ficando um tanto amontoado. Mas fazia parte daquele tipo de habitat.
 
Nenhum dos seis protagonistas era estranho para mim. Ao longo desses anos, já fiz mais de uma entrevista com Lanny Gordin, Sérgio Dias, Pepeu Gomes, Luiz Carlini, Roberto Frejat e Edgard Scandurra. Todos sempre me trataram bem, sem estrelismo ou qualquer babaquice do gênero. Sempre na base do respeito mútuo.
Reprodução
 
As sessões que originaram as imagens da capa e da matéria principal para a Guitar Player 200 percorreram até o meio da tarde. Foi impagável testemunhar os cliques, detalhes e as conversas que rolavam nos bastidores. Velhos e não tão velhos amigos relembrando coisas que só eles sabiam. Às vezes, o assunto era novidade, como a ideia que Sérgio Dias e Luiz Carlini tiveram: gravar um disco juntos em 2013. Será?
 
Encarar um projeto inédito e complicado (juntar os seis) surgiu de duas origens: nós já vínhamos pensando em celebrar a guitarra brasileira com uma capa conjunta e coincidiu de pintar um novo álbum de Lanny com participação dos outros cinco. Achamos interessante e um mote mais que pertinente para concretizar nossa intenção inicial. O resultado ficou fantástico! Uma das melhores matérias que fiz. São seis entrevistas independentes, nas quais cada um fala do passado e presente sem deixar de olhar o futuro. E agradou a esmagadora pacela de leitores e amantes da música nacional.
 
É claro que, tão logo a revista saiu, também começou a aparecer quem não concordasse com a capa. Uma lista imensa de nomes que "deveriam estar na foto" foi se estendendo nas postagens e comentários que recebemos. Acontece que o fato de determinado guitarrista não estar ali não é demérito para ele nem para a revista. Isso é sempre uma questão do gancho jornalístico. Além do que, como dito, há uma razão para serem esses seis caras nossos protagonistas da GP 200.
 
Uma coisa que ficou evidente para mim é o cuidado que devemos ter antes de descer a lenha. Muitos embalam na crítica chavão, que é aquela que sai no automático, sem, ao menos, a matéria ter sido lida. Houve quem achasse que tivéssemos eleito Lanny, Sérgio Dias, Pepeu, Carlini, Frejat e Scandurra os melhores do Brasil. E não foi bem por aí! Ô mania simplória essa de criticar sem saber do que se trata! E não me venha com esse papo de que é questão de ter opinião, porque é justamente o contrário. Ou seja, de não tê-la!
 
 
Henrique Inglez de Souza

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